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Ontem avariei o carro e tive de ir buscar carro de substituição do seguro na Gare do Oriente (sabiam que há uma igreja na Gare do Oriente? Eu também não, mas é ao pé da EuropCar).
Adiante. Quando se vai buscar um carro de substituição, o que se faz? Passa-se pela Fnac. Claro.
E compra-se dois livros para levar para a viagem que se aproxima:
Para não andar a chatear os meus queridos amigos e querida família com posts que quase só interessam ao menino Jesus, não divulgo muito este blog. Uma vez por outra lá faço like nos posts, só para ser malandro.
Pois tenho uma amiga que é tão amiga que descobriu que o blog é meu pelo tom das paredes do meu quarto, quando às vezes ponho aqui fotos dos livros... Se isto não é amizade, não sei o que é.
Pois perante este post, ela perguntou-me quem era o amigo que tinha feito tal coisa...
Contei-lhe — e ela, para eu não me sentir tão mal, lembrou-me da vez em que estávamos na Fnac a ver álbuns fotográficos, ela pega num deles, vamos pela Fnac fora a ver outras coisas, continuamos a conversar, a conversar, e de repente estávamos cá fora e ela de álbum na mão.
Acontece a qualquer um!
Está bem que no caso dela foi absolutamente involuntário. No caso do meu, hum, amigo, foi um pouco mais voluntário. Mas era um livro que dava mesmo muito jeito. E não dava propriamente para comprá-lo. Não estava à venda. Estava ali, nos móveis. À mão de semear... Se calhar é melhor dizer ao meu amigo para ir devolver o dito. Ainda algum sueco se chateia.
Enfim, recordar é viver!
Andei a falar de Steven Pinker por aqui — e eis que ele está à venda, bem embrulhado, na Fnac do Colombo.
Aproveitem!
Já agora, a Visão também achou por bem falar dele e dos palavrões que por aqui já abordámos — mas chamou ao linguista Arthur Pinker. Ele, de facto, também é Arthur, mas ninguém o chama assim...
Não sou regular, mas uma vez por outra lá compro a Ler. Desta feita, foi por causa de Mário de Carvalho, de quem gosto mesmo muito. Comprei-a na Fnac, no sábado passado, enquanto os meus pais (que nos tinham vindo visitar), andavam a tentar ver se o meu filho dava os primeiros passos no chão pouco perigoso da livraria (ainda se pode chamar a Fnac de livraria?). Bendita alcatifa!
O meu filho lá começa a dar as primeiras passadas, mas gosta mais de cantar e de folhear livros, o que até me parece adequado tendo os pais que tem (o cantar é todo dela, que eu quando abro a boca para a música, só sai tragédia).
(Já agora, lembram-se do post sobre como descobri um dos melhores autores portugueses num livro de Português do 8.º ano?)
Ora, eu não devia... Mas lá acabei por ir parar de novo à Fnac, quando ainda na quinta lá estive.
Fomos ter com uma amiga nossa, que andava com fome de livraria, ao Colombo.
Assim, lá fomos para a livraria cujo nome não vou repetir. Entre livros e livros, fomos passeando, entre uma enchente de sábado à noite — e o meu filho no carrinho, a olhar para tudo e a tentar perceber onde tinha ido a mãe — que saiu por uns minutos para comprar uma prenda para para o meu filho dar a uma amiga que faz anos hoje (começa cedo a vida social dos putos de hoje em dia, ou é impressão minha?).
Mas, enfim, o miúdo já está habituado a esta história de livros e livros, e por isso ficou calmo.
Entretanto, como acontece quase sempre nas livrarias, lá fomos deambulando e de repente estava sozinho com com o meu filho, a olhar para livros, de cabeça na diagonal, primeiro para um lado, depois para outro.
Como já tinha levado quatro livritos ainda na quinta e queria ver se diminuía a lista de livros por ler em cima da mesa-de-cabeceira, pensei no seguinte: vou mas é olhar para os contos, que sempre dá para ler qualquer coisa com princípio meio e fim em pouco tempo.
E assim peguei na Alice Munro e nos lindos braços da Júlia da Farmácia, dum autor que eu já devia ter lido há muito mais tempo… Ainda a deambular um pouco mais e acabei com um livro estranho, sobre a forma como as redes e tudo isso estão a tornar o mundo cada vez mais perfeito (Future Perfect). Coisa muito politicamente correcta, como estão a ver.
Ora, entretanto, já com três livros na mão, cada um deles não propriamente barato, comecei a procurar a minha amiga, que andava perdida por secções mais interessantes do que as minhas, quando o Simão (posso dizer o nome, não posso?) desata num berreiro desgraçado, porque já está farto de estar ali sem fazer nada.
Chucha? Berreiro.
Abanar o carro? Berreiro.
Telemóvel? Berreiro. (E bendita alcatifa dos livreiros franceses, que me salvou o dito quando o Simão decidiu atirá-lo ao chão, em fúria.)
Pois, tinha de ser: dei-lhe os lindos braços da Júlia e ele acalmou-se, desatou a rir e a folhear o livro, entretido com aquelas letras todas. É isso, ou já sabe ler e eu não percebi. Tem 15 meses, às vezes há fenómenos desses.
Adiante. Entretanto a minha mulher chegou, ele estava em paz a folhear o livro (agora tinha mesmo de o levar, pois os senhores funcionários da livraria-cujo-nome-não-vou-repetir não gostarão muito de ver os livros que vendem a servir de brinquedo, atirados ao chão de vez em quando, dobrados outras vezes).
Enfim, os livros são o que são, mas também custam o que custam, e tive de escolher um. É melhor assim. Resultado: vai mesmo o J. Rentes de Carvalho, que os outros ficam para depois, com ou sem Nobel, com ou sem teorias optimistas.
Foi desculpa para dar mais um volta, para devolver os ditos cujos ao sítio donde os tirei, porque não basta levar um bebé para a livraria, não quero ser acusado de desarrumar as prateleiras…
E assim tenho esta preciosidade entre mãos, e estou a ver pela pequena amostra do que li ainda há pouco, logo depois de acordar, que este vai ser autor para muitas e boas horas de leitura:
(A imagem fui buscar aqui, a um blog que tem uma especial devoção por este autor.)
Pedro Mexia é um dos clássicos da nossa blogoesfera. Aliás, já nem anda por cá, e a sua saída marcará, provavelmente, quando se fizer a história desta esfera, o fim da primeira fase, talvez a mais interessante (digo eu, que não percebo nada disto, e espero estar errado, porque estas coisas dos blogs têm tudo para ser algo muito mais permanente). [*]
Ora, há uns tempos comprei este livrinho, que são blogs solidificados, se quisermos.
O estilo é inconfundível e inimitável. O género é esse mesmo: o género blogueiro. O facto de os blogs terem começado a cair no papel é uma prova, quanto a mim, que o papel está cá para durar. Afinal, se um género online por excelência, à primeira oportunidade, se exporta para o papel, é porque o papel tem qualquer coisa e não é só peso.
É um livro em que podemos beber um gole, voltar mais tarde, folhear, começar do início e saltar para o fim — enfim, como um blog.
Pois bem, há uns tempos, andava a ler este livro, em que se fala de Fnac e centros comerciais e outras coisas dessas, e vou dar uma volta à Fnac, picado por todas essas referências.
Estou a folhear livros, a passar os dedos pelas capas, quando olho para o lado e vejo o autor do dito.
Fico afogueado. Tento fingir que não é nada. Ele provavelmente está habituado a isto — eu é que não.
Mas um blog que se transforma em livro e depois nos salta para o lado, mesmo ali na Fnac, é coisa esquisita. Porque, afinal, a personagem do blog escrito por Pedro Mexia é um tal de "Pedro Mexia" que vai à Fnac de vez em quando. Ali tinha eu o "Pedro Mexia" e o Pedro Mexia.
Pobre cabeça de leitor de livros de blogs e blogs de livros.
[*] Adenda às 17:18
Ai, que eu devia saber isto: http://omalparado.blogspot.pt/
Obrigado, Anónimo...
Nunca li a Guerra e Paz, mas uma vez comprei um exemplar em inglês, da Penguin (da famosa colecção de que já vos falei) só porque me pareceu ter a melhor relação quantidade de palavras / preço possível numa loja em Portugal...
E, pronto, agora é uma questão de ler. Também comprei há pouco tempo: foi só há 15 anos...
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