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Esta semana, na minha crónica no Sapo 24, falo da mais estranha fronteira da Europa — que tem este aspecto:

 

 

Leia no Sapo 24.

publicado às 21:41

Nas generalizações absurdas, os europeus têm um prazer sibilino em generalizar a estupidez no caso dos americanos (como, aliás, já se disse por aqui).

 

Há uns tempos, descobriu-se que 25% dos americanos não sabiam bem se era a Terra que rodava à volta do Sol ou o contrário.

 

"Ai, esses ignorantes medievais" — apressaram-se logo a dizer alguns anti-americanos habituais. 

 

Mas, vai-se a ver, na Europa ainda são mais os respondentes que não sabem bem à volta de que astro andamos todos...

 

Não fiquem já aí todos chocados com isto. Não comecem, acima de tudo, a acusar os jovens disto e daquilo. Não tenho os dados, mas se fôssemos destrinçar isto por gerações, tenho a certeza que não seriam os famosos jovens a sair-se mal na fotografia... Aliás, reparem lá nos números: estes europeus que não sabem nada de astronomia não serão os idosos perdidos pelas aldeias do interior dos 28 países, que não chegaram a tempo da explosão na formação científica e cultural dos últimos 50 anos (para lá das elites das grandes cidades, que sempre tiveram essa formação)?

 

publicado às 09:33

Ora, vamos então ver que livros ganhei neste sortido que comprei, por tuta e meia, há muitos muitos anos, na papelaria dos meus avós:

 

A Morte de Carlos Gardel, de António Lobo Antunes. Lembro-me de ter registado o gnomo e o Belenenses, nesses primeiros parágrafos que começava a ler e por ali ficava. Parecia-me uma linguagem um pouco misteriosa, mas já me vibrava ali Lisboa, uma cidade onde queria viver, e uma realidade muito nítida. Sempre achei estranho, por outro lado, aquela forma de começar os parágrafos, a meio da página. Na altura lembro-me de julgar que aquilo devia ser erro de impressão e por isso a D. Quixote quisera despachar aqueles exemplares... Depois percebi que, com António Lobo Antunes, o que parece erro de impressão, nem sempre é... Acabou por ser o primeiro livro que li do autor e ainda hoje é o meu preferido (talvez por isso mesmo).

 

Contos, de Eça de Queirós. O livrinho preto (um pouco frágil, já que se partiu todo pouco tempo depois) foi a minha introdução às maravilhas queirosianas. Foi uma boa introdução, porque Luiz Fagundes Duarte (que viria a ser, alguns anos depois, meu professor!) criou ali uma edição mais completa e bem pensada que os habituais Contos de Eça de Queirós. Ali começou um certo gosto por olhar para os textos de forma mais crítica. Também desse livro me vem o gosto por ler as introduções em que os organizadores das edições contam algumas aventuras que poucos acham interessantes, mas que eu adoro.

 

Revista Inglesa, de Jaime Batalha Reis. Um livro na área muito específica onde acabei por ir parar, durante uns anos: os estudos anglo-portugueses. Mal sabia eu...

 

A Lição de Alemão, de Siegfried Lenz. Este tentei ler ao longo dos anos, mas nunca consegui chegar ao fim. Se calhar, aos 33 anos, está na altura de tentar outra vez.

 

Uma Mulher Interroga a Europa, de Maria Antonietta Macciochi. Neste livro, que nunca teria comprado se não viesse no sortido, li entrevistas com Felipe González, João Paulo II, e muitas outras personages europeias. Comecei a gostar dos ensaios políticos e históricos e dei, mesmo, uma volta pela Europa das ideias.

 

Tenho a impressão que o pacote tinha mais um livro, mas não consigo lembrar-me de qual seria.

 

Hoje, andam espalhados pelas estantes, e juntei-os só para a fotografia. Foi como que um reencontro de velhos amigos, que ali ficaram a conversar durantes uns momentos e, depois, lá voltaram às suas vidinhas, separados por muitos outros livros. 

 

publicado às 16:00

 

 

Há muitos, muitos anos, não me lembro bem quantos, encontrei na tal papelaria dos meus avós maternos (de que já vos falei — e hei-de voltar a falar, até por razões bem menos alegres do que os livros) um pacote de livros a um preço espectacular, que me parece ter sido uma forma de a D. Quixote dessa altura (muito muito longe de ser parte da tão badalada Leya) despachar alguns livros que tinha para lá encafuados nos armazéns.

 

Os livros estavam um pouco acima dos interesses da minha idade (devia ter uns 14 anos), mas foram uma das primeiras pedras da minha biblioteca, que hoje está já relativamente composta, para horror das estantes da sala...

 

Este pacote tinha um verdadeiro sortido de livros. A lógica da selecção é a chamada lógica inexistente. Parece que alguém pegou em si e andou a pescar livros num amontoado de títulos avulsos. E isso, estranhamente, deixou-me encantado. É como receber um pacote de gomas diferentes umas das outras: prazeres todos diferentes, mas prazeres nonetheless.

 

Num post já a seguir, irei falar um pouco de cada um destes livros...

publicado às 14:15


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