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Sim, as modas vêm e vão. Num dia, estamos todos a falar do Pokémon Go, amanhã ninguém se lembra. A semana passada estávamos todos de sorriso na cara e de bandeira na mão. Amanhã talvez não.
E, no entanto, as modas, as maluqueiras, as "crazes" do dia são o material de que se fazem as nossas boas memórias do futuro.
Sim, eu sei, temos todos medo do ridículo, medo de sermos mais uma Maria-vai-com-as-outras. Mas às vezes sabe bem. Não se esqueçam que quase tudo o que fazemos, visto a uma certa luz, é ridículo.
Daqui a muitos anos, vamos lembrar-nos daquilo que é muito nosso (o primeiro beijo, aquela noite sozinhos ao luar, uma conversa perfeita com alguém), mas também daquilo que fizemos com muita gente: dos concertos, das multidões, dos programas que todos víamos ou ouvíamos.
Hoje, já todos sentimos nostalgia daquilo que todos víamos ou fazíamos nos anos 80 e 90 (falo da minha geração, claro). Falo do Dartacão, dos hulahoops (ou lá como se chamava aquilo), do Fizz Limão, de tudo o que aparece na Caderneta de Cromos do Nuno Markl.
Não temos de todos gostar de tudo: muitas destas "crazes" passam-me ao lado. Mas fazem-me mal? Nem por isso. Vá: irritem-se menos, vivam mais.
E, sim, estas nossas manias de hoje são o material da nostalgia do futuro. Lembras-te do concerto que vimos no NOS Alive? Ou das piadas do Markl? Ou das filas para comprar o Harry Potter? Ou a festa do Euro 2016 na Alameda? Ou da noite em que fomos os cinco caçar Pokémons para Monsanto?
Sim, ainda assim prefiro os beijos e aquilo que é só nosso. Mas estas maluqueiras colectivas também fazem parte da felicidade.
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