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Isto deve ser daqueles elogios tão batidos que os senhores da Tinta da China devem sentir-se como certas mulheres lindas que sabem que são lindas e que estão sempre a ouvir dizer que são lindas, por estas ou outras (mais fortes) palavras e já não sabem o que dizer ou fazer que não seja usar dum sorriso já um pouco amarelo (mas lindo).

É que inguém consegue esconder: os livros da Tinta da China são lindos. Até podiam ser livros mesmo muito maus, que seria um prazer afagá-los. Mas, não, são livros quase sempre de ler e chorar por mais. Ou seja, confirma-se: é falsa a ideia de que a beleza exterior é por vezes compensada por estupidez reparadora da injustiça na repartição das qualidades. Nas pessoas e nos livros, às vezes o que é lindo por fora é também muito bom por dentro.

Vou mostrar-vos ao pormenor a minha última aquisição Tinta da China. Tirei as fotos na cama, porque é sábado à noite, noites de prazeres arriscados...

Reparem na capa, com o design sempre coerente e sempre especial:


Depois, o papel, as cores, o acabamento...


Estes pormenores deliciosos que nos transportam para edições de antigamente, com aqueles dois pontos de derreter logo a seguir a Lisboa e a numeração romana a seduzir-nos:


(E sabem, como poucos, usar os tipos de letra com mestria...)

Depois, até o espaço em branco à volta da mancha de texto é apetitoso:


E, para acabar, tradições que se respeitam e um sublinhar do papel, da tipografia, do tipo de letra, do local de impressão — tudo a cantar o livro como objecto real, palpável.


E, claro, como disse, os livros são muito bons e mal posso esperar para começar a ler este E a noite roda de Alexandra Lucas Coelho...

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