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Bem, não. Acho que tenho de respeitar o direito que todos temos de ter opinião. E ainda respeitar as pessoas, o que implica demonstrar a nossa discordância sem ataques pessoais. Mais ainda: podemos respeitar-nos a nós próprios pondo em cima da mesa a hipótese de estarmos errados. Ah, o franco debate de ideias, sem picanços nem insultos. Será possível? Não sei. É difícil. Custa muito. Mas não me parece impossível. Reparem agora nisto (é um exemplo extremo): seja lá qual for a opinião que leva um tarado a matar 50 pessoas por serem gays, será bem pior do que a ideia simples de que devemos respeitar a vida dos outros. As pessoas, meus amigos, as pessoas concretas valem muito mais do que uma qualquer opinião. E as opiniões contrárias a esse valor de cada um não me merecem respeito algum.
Há pouco, pelo Facebook, encontrei quem perguntasse «a libras é uma língua a sério?».
Ora, o que é a libras? É a língua brasileira de sinais. «Língua de sinais» é a expressão brasileira para o que nós chamamos por cá de «língua gestual».
Houve logo alguém que disse: «Não, não. Não é uma língua! É uma linguagem.» (Não sei bem o que queria ele dizer com isto…)
A outra pessoa ficou mais descansada, até ao momento em que me meti na conversa e disse que, na verdade, a língua brasileira de sinais e, por cá, a língua gestual portuguesa são línguas mesmo a sério. São manifestações da linguagem humana tal como o português, o inglês e todas as outras línguas que conhecemos.
Senão, vejamos:
Em resumo: a língua gestual portuguesa é uma língua. Está até reconhecida na nossa constituição. É pouco conhecida e há quem ache que é uma simples «linguagem», como a «linguagem dos pp» ou algo assim, mas, na verdade — e repito — é mesmo uma língua a sério.
(Já agora, há uns tempos escrevi noutro lugar um texto sobre as 10 (!) línguas de Portugal.)
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