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Ora, como alguns já saberão, tenho várias manias. Aliás, o título aqui do V. humilde blog lembra essa característica minha, que pode ser muito irritante para quem me conhece sem o filtro do Sapo. Ora, uma das manias é essa coisa das línguas.

 

Não só tive a suprema desfaçatez de gostar de linguística ao longo do curso — e quem andou por essas negras lides dos cursos de Humanidades sabe como a linguística é o horror dos pobres letrinos, que gostam pouco daqueles ares de matemática ou de ciência dura (pronto, não exactamente dura, mas um pouco mais rígida, se quiserem) no meio das Sagradas Letras — dizia eu, não só gostei de linguística, como fazia coisas estranhas desde pequeno. Inventei línguas (quem não o fez?), aprendi palavras em várias línguas — e derretia-me com as pequenas diferenças linguísticas que encontrava pelos meus caminhos: desde os sotaques, às palavras tão sólidas e suevas lá para o Norte e tão árabes lá para o sul, até aos "acentos nas consoantes", como chamei aí com uns 10 anos ao "ñ" na palavra España, ali na fronteira. As línguas e a linguagem e a escrita e tudo isso eram uma fonte de prazer curioso — e não sei mesmo donde vem esta mania. 

 

Pois esta mania minha acabou por me levar a tentar aprender um pouco de basco. Pois. Essa mesma língua falada ali para o norte da Península, numa região encavalitada entre Espanha e França e que todos conhecemos nem que seja pela acção dos etarras, que é coisa pouco recomendável como forma de divulgação duma região.

 

Confesso que tentei, mas não avancei muito. Tinha muito para fazer. Aprendi a dizer o meu nome, ou seja, a dizer "Chamo-me X" — e pouco mais. É algo assim: Nire izena João da. (Já agora, não me chamo João, mas vocês percebem.) Mesmo isto, já tive de ir verificar.

 

A língua basca é estranha. Parece inventada. Não é indo-europeia e não se sabe muito bem donde vem (nem para onde vai, de facto). 

 

Se quiserem mais um pouco de basquices, têm aqui um pequeno excerto dum texto em espanhol e basco. O basco é a letra pequenina...

 

 

 

Tudo isto para vos dizer que essas minhas maluqueiras de juventude (bolas, mais valia ter saído mais à noite...) levaram-me a conseguir responder a este post do blogueiro internacional Jerry Coyne logo à primeira. Estou contente!

 

Afinal, o pobre autor não sabia por que línguas andava o seu livro... Tinha de o ajudar!

 

Se este post não servir para mais nada, sirva, pelo menos, para vos levar a conhecer Jerry Coyne e o seu blog sobre biologia, que se dedica a defender a Evolução (essa do Darwin) nos E.U.A., o que não é pêra doce. É um blog de livro, ou seja, criado para acompanhar o livro Why Evolution Is True, que até tem edição portuguesa, da maravilhosa Tinta da China!

 

http://whyevolutionistrue.wordpress.com/

 

 

 

publicado às 15:00


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