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Tinha pensado escrever um post sobre os aeroportos e sobre como são cenários de tristeza e de esperança quando nos vamos despedir dos amigos que emigram — mas estava a sair-me tudo muito lamechas e há coisas que merecem mais do que um mau post num blog.

Por isso digo apenas: tenho amigos que são maiores do que o país onde nascerem. Pronto, digo mais: a terra de cada um de nós é onde estão aqueles de quem gostamos — por isso, emigrámos todos, um pouco, convosco.

Adiante: não há despedidas, há apenas o entusiasmo de sabermos que vão ser tão felizes como merecem: um grande abraço, Ana, Telmo e Francisco.

 

Imaginem a cena: grupo de amigos vai para Évora passar a noite de fim de ano na casa de um casal amigo. Todos à mesa, naquela excitação própria dessas noites, em que tudo parece uma contagem decrescente para vermos o fogo de artifício reflectido nas nossas caras. A excitação vai aumentando, e eu vou, de vez em quando, dando uma vista de olhos pelos livros, porque tenho esse defeito.

 

Encontro um livro que me prende de imediato. O que faço? Desato a ler. Mesmo durante o jantar. As conversas a aumentarem de tom, e eu a ler.

 

Isto do vício dos livros às vezes é mesmo um grande problema.

 

A todos os meus amigos dessa noite que me estejam a ouvir: desculpem lá qualquer coisinha. É mais forte do que eu...

 

O livro era este, já agora:

 

publicado às 16:54

Para não andar a chatear os meus queridos amigos e querida família com posts que quase só interessam ao menino Jesus, não divulgo muito este blog. Uma vez por outra lá faço like nos posts, só para ser malandro.

Pois tenho uma amiga que é tão amiga que descobriu que o blog é meu pelo tom das paredes do meu quarto, quando às vezes ponho aqui fotos dos livros... Se isto não é amizade, não sei o que é.

Pois perante este post, ela perguntou-me quem era o amigo que tinha feito tal coisa...

Contei-lhe — e ela, para eu não me sentir tão mal, lembrou-me da vez em que estávamos na Fnac a ver álbuns fotográficos, ela pega num deles, vamos pela Fnac fora a ver outras coisas, continuamos a conversar, a conversar, e de repente estávamos cá fora e ela de álbum na mão. 

Acontece a qualquer um!

 

Está bem que no caso dela foi absolutamente involuntário. No caso do meu, hum, amigo, foi um pouco mais voluntário. Mas era um livro que dava mesmo muito jeito. E não dava propriamente para comprá-lo. Não estava à venda. Estava ali, nos móveis. À mão de semear... Se calhar é melhor dizer ao meu amigo para ir devolver o dito. Ainda algum sueco se chateia.

 

Enfim, recordar é viver!

publicado às 16:00

A amizade não é um tema tão comum na literatura como o é o amor ou a paixão ou a vingança ou todas essas outras emoções mais definidas, mas se virem bem acaba por ser pena. Afinal, enquanto que paixões temo-las bem contadas e o amor ainda mais e os outros sentimentos assim fortes e literários não são assim tão comuns como possa parecer a quem lê livros em catadupa, a amizade é extraordinariamente diversa, e uma só pessoa pode ter relações diferentes e subtis e muito interessantes com várias pessoas diferentes, e em cada uma destas relações haver material para livros que nunca mais acabam.

 

Isto tudo para vos mostrar este livro, que comprei uma vez para oferecer a uma grande amiga minha por altura do Natal, mas que entretanto foi ficando esquecido dentro duma gaveta, enquanto a amizade arrefecia por razões várias, nenhuma delas definitiva, mas todas elas a puxar para esse afastamento que todos sabemos conhecemos, um afastamento sem o drama dos amores que se rompem, mas com o mesmo efeito. Os amores acabam com um estrondo, há amizades que acabam por erosão geológica, erosão essa que por vezes nos surpreende por levar uma casa a cair pela falésia abaixo.

 

Não sei se isto ficou assim muito bem explicado, mas cá fica o livro, que todos conhecemos. Comprei-o já vai para uns bons 15 anos, julgo eu. Estava nos primeiros anos da faculdade, e todos sabemos como os amores e as amizades nascem como cogumelos por essas alturas — o que por vezes não admitimos é que também morrem com alguma frequência e, se no caso do amor sabemos todos fazer o luto, nem que seja com uma bebedeira, no caso da amizade fica por vezes aquela sensação vaga e triste de algo que se perdeu — e nem sequer temos assim tantas canções e tantos livros para nos confortarem.

 

 

Nunca senti que este livro fosse realmente meu: é uma oferta a uma amiga dessa pessoa que comprou o livro, que não sou bem eu, porque com cada amigo que ganhamos e com cada amigo que perdemos, deixamos de ser exactamente a pessoa que éramos.

publicado às 13:50

Têm muitos amigos que não gostam de ler?

 

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1. Uma família feliz

2. Bons amigos

3. Livros e mais livros para ler

4. Muita pressão de água no duche

publicado às 14:17


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