Ora qualquer um de nós que vá nem que seja às vezes a um centro comercial conhece a praga dos vendedores de cartões de crédito. De vez em quando lá vêm, sorriso postiço armado, em direcção a casais incautos ou a homens e mulheres naquele limbo entre o demasiado jovem para poderem usar tais cartões e o adultos suficiente para saberem recusar só com o olhar. Ao longo do tempo lá fui desenvolvendo técnicas: olhar para as montras, olhar para o telemóvel, apressar o passo, pôr ar de mau ou (o meu favorito) pôr-me a ler um livro enquanto ando. Mesmo assim às vezes lá vêm com um bom dia ou boa noite ou com um irritantíssimo "jovem" (aos 33 pensava que isso já devia ter acabado, mas não...). Aí lá digo um não firme, e sigo. Mas é difícil. Pois uma vez ia distraído, um pouco cansado, estou a passar por um dos locais habituais de poiso destes caçadores e um vulto aproxima-se com o bom dia nos lábios que eu nem deixo pronunciar. Leva logo um não e nem olho. Metros à frente, caio na tentação de olhar para trás e percebo que acabara de dizer um valente não a uma instituição de apoio às crianças com cancro. Raios. Não que possa ajudar todas essas instituições, mas não merecem o não desenvolvido durante anos para combater os vendedores de cartões de crédito...
2 comentários
E ainda não te perguntaram se te podiam dar um aperto de mão? Depois de te chamarem «jovem»? Muito irritante...
Não acredito que ainda não saibas qual é a melhor estratégia???!!!!
Basta encarares os senhores, sorrires e dizer-lhes nos olhos "oh, obrigada, mas já tenho". Ainda recebes um grande obrigado de volta e um aceno de cabeça. Juro!
http://veruskaapropria.blogs.sapo.pt/42021.html