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Faz-me muita confusão a imensa gente que por aí anda a dizer que os pais de hoje em dia tratam demasiado bem os filhos.
Parece que os ditos filhos ficam mimados. Antigamente é que era bom: os pais mal ligavam aos filhos e eles cresciam fortes e saudáveis. Ah, belos tempos...
Depois, vamos a ver, e antigamente os filhos eram mais fortes e saudáveis... mas só os que sobravam! Porque os outros morriam...
A mortalidade infantil era uma coisa aterradora de tão frequente que era.
Culpa dos pais? Claro que não.
Culpa de muita coisa, incluindo do facto de haver tanta família sem condições para ter um só filho e que acabavam por ter nove ou dez.
Hoje, temos poucos filhos e todos põem as mãos na cabeça!
É egoísmo? Não, meus amigos: queremos é tratar os filhos o melhor possível. Sabemos que a vida custa (apesar de até custar menos do que nesses belos tempos).
(Não encarem isto como uma crítica à geração dos meus avós: é um elogio, porque, apesar de todas as dificuldades, conseguiram educar a geração dos meus pais.)
Para essa gente que nos acusa de tudo e mais alguma coisa, parece que o ideal será ter o maior número de filhos possível e tratá-los mal, porque só assim se faz uma nação rija e forte. Será isso?
Tretas, é o que é. Tratar bem é sempre melhor. E, sim, tratar bem implica dizer «não» e tudo o mais, mas isso faz parte.
Os pais de hoje em dia não nasceram com defeito, deixando de saber como se educa os filhos. Mas também não nascemos ensinados. Talvez seja verdade que, às vezes, tenhamos alguma tendência para protegê-los em demasia. Sabemos que não há pais perfeitos. E tudo o mais. Mas talvez fosse bom preocupar-nos em encontrar e resolver os problemas de maus tratos e deixar em paz os pais que exageram nos bons tratos. Que todos os problemas fossem esses...
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