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Cá estou eu a acordar cedinho só para vos dizer mais umas coisas sobre livros.

 

(Mentira: programei isto ontem à noite. Domingo é para dormir, certo?)

 

Há quem tenha horror a livros de papelaria... Ou seja, àqueles livros que se vendem nas bancas dos jornais ou porque vêm em conjunto com os ditos jornais ou porque são mesmo vendidos, em separado nessas papelarias. Já ouvi dizer que são livros para pôr na estante e esquecer, que são livros para servir de calço de mesa, que são edições a tal preço que desvaloriza o objecto Livro (ajoelhem-se, se faz favor), enfim, no fundo, o que tenho ouvido é dizer, eufemisticamente, que são livros para pobres e os pobres não merecem livros.

 

Talvez esteja a ser demasiado cruel. É capaz de não ser isto, mas outra coisa qualquer.

 

Seja como for, confesso-me: como os meus avós maternos tinham uma papelaria, a papelaria foi uma das minhas portas de entrada no mundo dos livros. Nunca teria sido o leitor que sou hoje se não fosse a papelaria... Não se esqueçam que os leitores começam por ser pequenos leitores ou leitores com pouco dinheiro e os descontos, as edições baratas, etc., são tudo menos barreiras à leitura. São chamarizes...

 

Adiante. Este prolegómeno todo tem uma intenção: falar-vos duma colecção antiga, que era comprada na papelaria, mas que tinha capas lindas e que me permitiu ler grandes obras: A Insustentável Leveza do Ser, A Balada da Praia dos Cães, Cem Anos de Solidão...

 

Sim, podem ser títulos batidos, mas aos 14 anos, não há títulos batidos. Há muita coisa por ler e um entusiasmo que as idades posteriores não conhecem tão facilmente...

 

Vejam só a capa:

 

 

 

Sobre este livro em particular, talvez volte e ele. Li-o maravilhado com esse mundo literário, mas li-o cedo de mais, possivelmente. Lembro-me de andar a pensar onde o autor queria chegar com tanta palavra sobre kitsch. Mas alguma coisa ficou. Um chapéu na cabeça duma mulher nua (será que estou a imaginar coisas?), um prazer imenso em avançar pelas páginas... Emprestei-o maravilhado a um amigo, na altura, que mo devolver enojado. Sempre deu para perceber a insustentável leveza do gosto...


8 comentários

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De Synne a 26.01.2014 às 10:39

Adorei este livro... Mas talvez o tenha lido cedo demais, também... Sem dúvida, um livro que há-de voltar para a mesa de cabeceira!
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De Marco Neves a 26.01.2014 às 18:00

Quando o li, gostei muito, mas percebi que havia muita coisa que não percebia...
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De Milheiras a 26.01.2014 às 10:52

Nunca li.
Mas também me aconteceu o mesmo com o emprestimo dos livros...lol :)
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De Marco Neves a 26.01.2014 às 18:00

O empréstimo de livros é sempre perigoso... Nem sempre voltam...
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De Vespinha a 26.01.2014 às 12:18

Tive um trauma com livros de papelaria. O pêndulo de Foucault. A letra era tão pequenina, a entrelinha tão apertada, as margens tão estreitas que acabei por o despachar...
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De Marco Neves a 26.01.2014 às 15:30

Pois, há edições terríveis... Mas a da foto no post é uma edição maravilhosa!
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De Jorge Soares a 26.01.2014 às 23:38

Acho que lemos a mesma edição desse livro, ainda deve andar algures por aí.

Eu não ligo muito às edições ou às capas, o que interessa é o que está lá dentro... e quando o dinheiro não abunda, quanto mais barato melhor

Boa semana

Jorge Soares
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De Marco Neves a 26.01.2014 às 23:48

Esta edição não só era barata, como também era muito boa.

Gosto de ler qualquer coisa, mas também fico contente quando o papel e a letra são bons. E há edições muito baratas e também muito boas.

Obrigado pela visita e muito boa semana!

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