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Há um género jornalístico muito específico — e muito cretino. É a famosa entrevista ora-vamos-lá-ver-quão-estúpida-é-esta-gente. Normalmente, as “vítimas” são jovens, de preferência universitários, para que a geração que agora está no poleiro profissional possa ficar descansada: os que vêm a seguir são bem parvos.
Ora, a coisa é simples: é sempre possível encontrar pessoas que não sabem alguma coisa. Aliás, todos nós não sabemos coisas que os outros acham essenciais. Fazendo um número suficiente de perguntas, encontramos sempre ignorância. Depois, é uma questão de montar bem a coisa, mostrar só os piores momentos — e o resto é apenas aquela mania que temos de ligar apenas ao que confirma o que pensamos. Se a ideia geral é que os jovens são estúpidos, então chega mostrar um ou dois exemplos a favor do nosso preconceito.
Já fazer investigações a sério, isso dá muito trabalho. A questão certa será: as várias gerações têm melhorado os seus conhecimentos no âmbito da literacia e numeracia, ou estamos pior do que estávamos? Ficariam admirados com a resposta…
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