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Há muitas pessoas que estão sempre a pensar nos erros de português (dos outros). Tanto que se esquecem de ouvir o que os outros estão a tentar dizer.

 

Em honra desses enervados da língua, deixo as únicas três sugestões que garantem um português sem erros (e mesmo assim não sei):

  • Não falar e não escrever.
  • Falar sempre em inglês (ou noutra língua à escolha).
  • Falar com guião, depois de mandar rever por duas ou três pessoas.

 

Vá, deixem-se lá de obsessões pouco saudáveis…

 

Quer isto dizer que não me preocupo com os erros?

 

Claro que me preocupo!

 

O que digo é isto: devemos dar mais importância aos nossos erros e um pouco menos aos dos outros.

 

Há excepções: os revisores são pagos para se preocuparem com os erros dos outros. Os professores têm como uma das suas muitas funções ensinar a evitar erros. Mas, tirando esses honrosos casos, andar para aí a apontar erros a torto e a direito não ajuda ninguém.

 

Mas há pior: há quem consiga andar sempre a queixar-se dos erros dos outrose não consiga escrever uma frase seguida sem erros (haverá perdão?). Pior ainda: há quem ande por aí a acusar os outros de erros que não existem. Mas desses já tenho falado muito por aqui. Vou deixá-los descansar só hoje.

 

Ora, espero que me permitam este atrevimento. Proponho alguns princípios para lidar de forma mais saudável com os erros de português:

 

  1. Dar mais importância aos nossos erros do que aos erros dos outros. (Rever os nossos textos, mas ler os textos dos outros.)
  2. Quando o erro for óbvio, corrigi-lo em privado (a outra pessoa agradecerá, se for esperta). 
  3. Não inventar erros (em caso de dúvida, pesquisar antes de acusar alguém).
  4. Aceitar que, por vezes, a língua permite várias construções semelhantes sem que uma esteja necessariamente errada.
  5. Nunca deixar de escrever por medo de errar.

 

Por último: podemos tentar ouvir os outros com algum respeito, mesmo que falem com erros.

 

O português é importante, mas as pessoas ainda são mais.

 

(Então e como dar menos erros? Bem, já aqui dei algumas ideias.)


28 comentários

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De A Caracol a 09.03.2016 às 07:33

Um conceito tão básico que dá pena nem todos o compreenderem.
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:34

É verdade...
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De mary a 09.03.2016 às 09:23

Gostei muito! Belo "sermão"... Infelizmente existe muita gente preocupada com os erros dos outros, não percebo essa implicância, mas certamente terá um nome, certo!?
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:35

Talvez o nome seja «falta de civismo». :)
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De ✓MS a 09.03.2016 às 09:39

Subscrevo tudo!
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De Magda L Pais a 09.03.2016 às 11:23

perfeito!
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:35

Obrigado! :)
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De Sónia Pereira a 09.03.2016 às 12:09

Concordo totalmente. Quando se é extremista nesta questão dos erros, perde-se um pouco a razão, pois uma atitude mais autoritária de censura ortográfica acaba por fomentar o medo das pessoas se exprimirem livremente. No entanto, algumas pessoas são autênticas assassinas da língua portuguesa, mas mesmo assim, uma chamada de atenção privada é mais útil do que a humilhação pública.
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:36

Exacto: chamar a atenção é importante, mas por mensagem privada é muito melhor.
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De Quico a 09.03.2016 às 14:13

Harr! Raios e coriscos...
Não encontro nenhum erro neste post!
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De Magda L Pais a 09.03.2016 às 15:29

prémio de melhor comentário
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De Anti-Social a 09.03.2016 às 21:15

Na verdade, falta ali um espaço em "outrose". ;-)
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De Marco a 09.03.2016 às 14:21

Penso que o Português é uma língua difícil porém devemos sempre corrigir-mo-nos mutuamente ao falar e escrever mas sem humilhar e sentir-mo-nos superiores ao nosso semelhante.
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:37

Pode indicar-me o e-mail, para lhe enviar uma mensagem?
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De Marco a 09.03.2016 às 21:48

corrigirmo-nos
sentirmo-nos
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De simplesmente... a 09.03.2016 às 17:26



Errare humanum est ...

Sed stultus est in errore permanere.

Parabéns pelo seu interessante texto.
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:36

Muito obrigado!
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De Anónimo a 09.03.2016 às 17:56

Erros mutam palavras e criam novas palavras tornando a lingua mais rica mais acertada e mais musical, devemos tambem de usar estrangeirismos que por serem mais simples e rigorosos tornando a mensagem mais clara e mais facil de decorar garantindo melhor sucesso de propagação. Outro aspecto são os acentos, deviam de ser banidos ou não obrigatorios por razões obvias, destroem muitas notas de testes escolares desnecessariamente e quem os inventou não tinha muita sensibilidade para a eficiencia. Espero que o meu comentario tenha carradas de erros que inspirem novas palavras e uma paisagem linguistica mais rica para o tuga!
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De Marco Neves a 09.03.2016 às 18:15

Vê-se que não percebeu o texto. Para a próxima tentarei ser mais claro.

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