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Mas afinal a que geração pertencemos nós que temos 30 e poucos anos?
Se calhar mais vale admitir que não há gerações, ponto. Os gajos e gajas do meu país que têm 33 anos ou quase são uma gente tão diversa que se escolhermos 33 ao acaso (só para insistir no número), acabam todos à batatada. Sim, eu sei, andámos todos a rir feitos totós com os Cromos do Markl, mas isso é porque é giro ter aquela idade em que podemos começar a ter nostalgia de quando éramos novos, porque pela primeira vez sentimos que quando alguém fala dos “jovens”, essa massa mentecapta que é preciso “apoiar e estimular”, como se fossem animais, não está a falar de nós! Meu Deus, fomos rascas, à rasca, Y, X, Z, abc, andámos a aturar os senhores adultos (os tais que têm trinta ou mais) a dizer que os jovens não sabem nada — e finalmente já não somos jovens! Iupi!
É uma idade curiosa: primeiro, continuamos a querer ir a Festivais de Verão, porque isto de ser adulto cansa. Ainda bem. Mas também gostamos de dizer que já não temos idade para isto, porque no fundo temos um certo prazer em já não ter idade para isto.
Depois, começamos a ter idade para uma coisa: criticar os jovens. Dizer que os jovens de hoje não são como nós. Que não sabem as mesmas coisas. Que ouvem música de merda. Que não sabem fazer contas. Que não têm trambelhos nenhuns.
E isto leva-me a um momento eureka: e se isto for sempre assim? E se todas as gerações forem criticadas pelos mais velhos e, chegada a sua vez de estar no poleiro da idade adulta, mais ou menos à rasca, começarem a criticar os mais novos?
Agora a pergunta dos dez dólares (que não há dinheiro para mais): isto prova que vamos mesmo de mal para pior, ou que gostamos todos muito de nos acharmos superiores aos mais novos?
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