Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




selfie-900001_640

Chegou o Verão, tempo de deixar a roupa pesada e ir para a praia de calção e chinelo. Pois, este blogue faz algo parecido: vou deixar por aqui alguns artigos mais leves, de chinelo no dedo.

 

O primeiro é sobre o Facebook.

 

O Facebook é parte da nossa vida, para o bem e para o mal. Até na praia, até na piscina, até ao acordar com o sol na cara. Muitos de nós já passamos bastante tempo nessa praça virtual. Será mau? O excesso raramente é bom, mas já que andamos por lá, podemos imaginar formas de viver melhor com esta ferramenta (ou o que lhe quiserem chamar).

 

Pus-me a pensar e vieram-me à ideia sete dicas para viver melhor com o Facebook.

 

Haverá outras, possivelmente bem mais úteis. Mas estas parecem-me razoáveis. Há que começar por algum lado...

 

1. Partilhar as fotografias dos filhos e das férias só com os amigos mais próximos

Tal como quando andamos na rua, há regras a respeitar — e temos de aprender alguns truques. Sim, é preciso olhar para os dois lados antes de atravessar a estrada — e é essencial aprender a lidar com as configurações de privacidade do Facebook.

 

O Facebook equivale a mandar uma carta aos amigos mais próximos — ou publicar uma foto num jornal. Não devemos confundir estas duas maneiras de publicar no Facebook...

 

Assim, no que toca às fotografias dos filhos, proibi-las de todo parece-me excessivo. O que devemos fazer é criar uma lista dos amigos próximos, daqueles a quem não nos importaríamos de enviar fotos das férias ou dos filhos por WhatsApp — ou num envelope por correio.

 

Não é fácil? Não é difícil. O próprio Facebook ajuda nesta página.

 

Sim, quando escrevo um artigo no blogue gosto de partilhar pelas centenas de «conhecidos do Facebook» e pelos amigos próximos e distantes. Quando publico uma foto do Simão, gosto que os amigos íntimos a vejam. Só eles.

 

2. Deixar as discussões acaloradas para quando nos encontramos ao vivo

No Facebook, é muito fácil começar uma discussão — o difícil é terminá-la. Ao vivo, falamos à vontade, às vezes levantamos a voz, no calor da discussão, mas depois é fácil dizer que já chega, que isso agora não interessa: basta um sorriso, um encolher de ombros, um toque no braço.

 

No Facebook, não temos nada disso. Temos as palavras escritas, interpretadas de forma fria. O calor da voz, o sorriso irónico... Tudo desaparece. Fica o ataque mais ou menos real, a ferida que nem suspeitamos que o outro sentiu.

 

Por isso, um conselho: se estamos entre amigos próximos, deixemos as discussões para conversas ao vivo. É bem melhor. Até podemos começar, mas não custa nada dizer: depois falamos melhor ao vivo.

 

E, não nos podemos esquecer, o Facebook é privado, mas também é público. As discussões com amigos ao vivo são assunto privado, mas no Facebook é como se estivéssemos a discutir num palco. E isso muda tudo.

 

3. Usar as mensagens privadas para discutir com conhecidos

A dica anterior serve para os amigos com quem convivemos. E os outros? Aqueles com quem falamos só no Facebook?

 

Em vez de começarmos duelos virtuais por tudo e por nada, que tal usarmos de forma mais frequente as mensagens privadas?

 

Assim, o efeito «duelo no palco» perde-se, e ainda bem!

 

Isto serve para discutir subtilezas, para apontar gralhas, para continuar conversas que, em público, fazem pouco sentido.

 

É uma ideia...

 

4. Ocultar publicações que não nos interessam

Podia agora dizer: devemos publicar apenas coisas interessantes. Mas o que é interessante para mim pode ser aborrecido para alguns dos meus amigos. Ou todos (espero que não).

 

Assim, o melhor é ver a coisa ao contrário: se me aparecem no mural artigos de que não gosto (ou imagens supostamente inspiradoras que não me servem para nada) posso sempre ocultá-los, ensinando o algoritmo do Facebook a apresentar-me, gradualmente, apenas aquilo de que gosto.

 

Agora, também é verdade que isto é perigoso. Uma das vantagens do Facebook é podermos encontrar coisas novas, pontos de vista desconhecidos, ideias que não conhecemos, sítios onde nunca fomos.

 

Se ocultarmos tudo o que não nos interessa, ficaremos cada vez mais fechados em nós próprios.

 

Mas, enfim, as tais imagens inspiradoras com frases cheias de gralhas... É ocultar, é ocultar!

 

5. Usar o Facebook para o que é bom

Estamos sempre a falar das desvantagens e das armadilhas do Facebook. E, no entanto, tantos de nós estamos por lá que aquilo deve ter alguma coisa de bom — ou não?

 

A verdade é que já encontrei ideias muito interessantes, canções que não conhecia, livros interessantíssimos — e discuti artigos com gente cheia de boas ideias, participei em sessões de comentários que foram autênticas tertúlias... Ah, sem esquecer isto: já conheci pessoas que considero amigas, com quem nunca teria falado se não fosse o Facebook...

 

O Facebook enerva, eu sei. Às vezes, apetece sair. Mas até ao dia em que batemos com a porta a esse espaço, podemos aproveitá-lo. Temos é de ter paciência e ir aprendendo as regras de etiqueta, como em tudo.

 

6. Não aceitar insultos na nossa casa

Convidamos um amigo para ir a nossa casa. Ele chega lá e desata a insultar-nos. Temos de aceitar?

 

Se alguém vem ao nosso perfil incomodar-nos, podemos bloqueá-los.

 

É simples.

 

E as opiniões que não nos insultam pessoalmente, mas deixam-nos com os nervos em franja?

 

Ora, contemos até dez.

 

Há coisas que não parecem assim tão boas à primeira vista, mas são importantes: no Facebook, encontramos opiniões que, ao vivo, poucos se atrevem a dizer, percebemos certas atitudes, vemos muitas pessoas de forma mais próxima e às vezes mais desagradável do que o habitual.

 

Isto pode parecer mau. Mas, de certa maneira, é bom.

 

E não nos podemos esquecer: ninguém pode ter a certeza de que está certo neste ou naquele assunto. Até a opinião mais ofensiva pode conter em si alguma coisa que valha a pena escutar. Custa, mas é verdade.

 

7. Perceber que o Facebook não é noutro universo

Há quem diga que o Facebook nos está a tornar mais estúpidos. Ou mais agressivos. Ou outra coisa qualquer.

 

Mas se calhar o problema é outro.

 

O Facebook é a nossa vida social, mas em velocidade estonteante. É a mente humana à mostra, mas a tentar continuamente esconder-se. Sem conseguir. Como se estivesse nua a correr com uma pequena toalha para tapar as vergonhas. Não dá: as vergonhas aparecem. A nossa mesquinhez, a nossa inveja, as nossas manias, tudo fica à mostra. Escrevemos a correr, comentamos a correr, vivemos a correr no Facebook. E a vida parece como um jogo de futebol relatado pela rádio: os jogadores podem estar a jogar como a selecção nos belos empates com que nos tem deliciado e quem ouve na rádio parece que está a ver o jogo mais excitante do mundo. A nossa vida no Facebook é assim: parece tudo excitante e belo ou tremendo e triste, sem meio termo.

 

Depois, tentamos criar as máscaras com que vivemos no mundo, mas a velocidade é tanta que damos um passo e, pumba, as vergonhas à mostra. Estou a exagerar? Estou, claro. É de andar demasiado no Facebook...

 

Digo-vos isto: os seres humanos adaptam-se a quase tudo. Depressa estaremos habituados a este mundo social acelerado. Depressa começará a fazer parte da nossa vida. Não é fácil, mas até o telefone foi um choque na altura em que apareceu. E, agora, parece coisa de antigamente. Há-de chegar o dia em que olharemos para trás, com saudades desses tempos em que discutíamos amavelmente no Facebook.

 

Bem, acabo com isto: o Facebook é menos virtual do que parece. A nossa vida é sempre real e em todo o lado podemos tropeçar. Assim, também no Facebook é preciso aprender a viver melhor. É uma questão de olhar para os dois lados antes de atravessar a estrada.


7 comentários

Imagem de perfil

De Maribel Maia a 06.07.2016 às 16:48

Excelentes sugestões!!!
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 25.07.2016 às 17:53

que util!!!
Sem imagem de perfil

De Emanuel Silva a 25.07.2016 às 18:43


A melhor maneira de ser feliz com o fecebook é...não ter facebook!
Que beleza e que liberdade.
Apenas ler livros, ter as fotos num álbum ou no PC, ter amigos verdadeiros, Ler jornais, consultar a net e filtrar noticias e conteúdos...enfim. Todo um Mundo de possibilidades e de riqueza mental. Experimentem.
Abraço
Imagem de perfil

De Marco Neves a 25.07.2016 às 19:40

Sabe, tenho Facebook e, imagine só, leio imensos livros (mesmo muitos), vejo fotos num álbum e no PC, tenho amigos verdadeiros, leio jornais, leio notícias em vários sítios. Tenho todo o mundo de possibilidades e riqueza mental (até vejo filmes!)... e também tenho Facebook. Uma coisa não impede a outra.
Sem imagem de perfil

De Emanuel Silva a 25.07.2016 às 20:28

Boa tarde.
E faz muito bem. A pergunta que faço é:
E que tal?
Que tal a amena cavaqueira com os amigos sem ter de teclar perguntas e respostas com a devida perda de tempo?
E que tal um jogo de xadrez numa sombra refrescante de uma arvore ao invés de um jogo cheio de cookies num PC que nos estraga a vista?
São pontos de vista e opiniões diferentes. E viva a diferença! Eu já tive facebook. Mas acredite que renasci quando me libertei do mesmo.
Sou um lírico? Talvez. Mas vou tentando viver sem me ligar a redes socias. E não deixo de viver e saborear uma espécie de relações pessoais sem a contaminação, de certo modo ditatorial, que as redes sociais nos vão sub-repticiamente mergulhando. A titulo de exemplo veja só o caso do Pokemon Go...a versão internacional do nosso famosíssimo "caça aos Gambozinos".
Continuo na minha. A melhor de viver com o Facebook é não o ter.
Abraço.
Imagem de perfil

De Marco Neves a 25.07.2016 às 20:39

Se calhar até é verdade e sair do Facebook é o melhor que podemos fazer. Mas, entretanto, para todos os que não dão o salto, as ideias acima até podem ajudar, ou não? ;-)
Sem imagem de perfil

De Emanuel Silva a 25.07.2016 às 23:36

Boa noite.
Sem duvida meu caro M.
As dicas que aqui coloca são de facto uteis. E muito relevantes para quem é viciado na plataforma em questão. E dou-lhe os parabéns pela sua preocupação em ajudar todos os "Fecebookianos", (vai-me perdoar este rotulo ou designação com que batizo, sem ponta de desdém acredite, todos os utilizadores do Facebook. É apenas o meu estranho humor a dar sinal de vida.) a viverem com mais...saúde e sem ter sobressaltos que podem dar origem a taquicardias emocionais.
Bem aja por isso.
Mas como costumo dizer, para grandes males grandes remédios
Ainda me vem à memoria a cena triste no meu local de trabalho quando uma colega vinda do intervalo de almoço, entrou no escritório em lagrimas, de tlm na mão e Facebook aberto e entre pequenos soluços deu a noticia que Shummaker tinha falecido...

Comentar post



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mais sobre mim

foto do autor


Calendário

Julho 2016

D S T Q Q S S
12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31

Pesquisar

  Pesquisar no Blog