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Ninguém consegue ler tudo o que gostaria. Pelo menos, ninguém que goste de ler muito.
Mas a verdade é que, perante a necessidade de escolher, há quem se imponha critérios que podem ser um limite demasiado apertado à sua curiosidade.
O que quero dizer com isto?
Por exemplo, há pessoas de letras que dizem recusar liminarmente ler ciência. Ora, há tantos livros interessantes na ciência que é uma pena que essas pessoas nunca molhem os pés no mar imenso da literatura científica. Ficam com uma imagem parcial e provavelmente errada do que é a Ciência.
(Haverá também gente da Ciência que se recusa a ler literatura? Menos do que pensamos. Recusam, talvez, leituras académicas da área da literatura. Mas a literatura em si, ui, há muitos cientistas que lêem e lêem muito.)
Noutros campos, há quem se recuse a ler policiais. Não sabem o que perdem. Uma vez por outra, faz bem à cabeça, digo-vos eu.
Há ainda quem se recuse a ler autores mais recentes. Há quem se recuse a ler escritores brasileiros. Há quem se recuse a ler isto ou aquilo. Tudo limitações a mais.
Sim, temos de escolher. Mas dizer «nunca» e matar partes imensas da nossa curiosidade só faz mal. Experimentemos sair das zonas de conforto, de vez em quando. Custa um pouco, mas é um risco que devemos correr para sermos surpreendidos e ter uma visão do mundo um pouco mais completa.
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