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Tinha pensado escrever um post sobre os aeroportos e sobre como são cenários de tristeza e de esperança quando nos vamos despedir dos amigos que emigram — mas estava a sair-me tudo muito lamechas e há coisas que merecem mais do que um mau post num blog.
Por isso digo apenas: tenho amigos que são maiores do que o país onde nascerem. Pronto, digo mais: a terra de cada um de nós é onde estão aqueles de quem gostamos — por isso, emigrámos todos, um pouco, convosco.
Adiante: não há despedidas, há apenas o entusiasmo de sabermos que vão ser tão felizes como merecem: um grande abraço, Ana, Telmo e Francisco.
Há muitos anos (enfim, há oito), li uma crónica de Vasco Graça Moura com a qual não concordei. Armado aos cágados, escrevi-lhe um email a dizer o que pensava (era na altura em que os cronistas ainda punham os emails por baixo das crónicas do jornal). Confesso que não esperava resposta.
Pois, incrivelmente, Vasco Graça Moura respondeu-me, de forma muito simpática, descansando-me em relação ao ponto que eu não tinha compreendido, explicando os pontos da crónica que eu rebatia e desabafando por estar no meio duma sessão plenária do Parlamento e estar com pouco tempo para escrever muito mais, como quem diz é disto que eu gosto: escrever, discutir, pensar.
Isto pode parecer um pormenor: mas quantos de nós responderíamos a um perfeito desconhecido, imersos em tudo o que temos para fazer? E não somos um poeta como ele, um tradutor literário de primeira linha, um político famoso. Pois Vasco Graça Moura era o poeta que era, o tradutor que era, o político que era — e respondeu a um rapaz qualquer, que lhe escreveu sobre uma crónica, e fê-lo com todo o desprendimento de quem não se importa de conversar sem olhar com quem fala.
Esta é a minha forma de prestar uma pequena homenagem a este homem, que acabou por embater naquele muro em que todos, grandes e pequenos, acabamos. Mas ao contrário de nós outros, foi um poeta e os poetas, já sabemos, não morrem. Basta que alguém os leia.
Leiam aqui.
Este blog não podia deixar passar em branco este dia.
É o dia do Livro. Porquê? Por várias razões, uma delas a seguinte: comemora-se hoje o dia em que morreram Shakespeare, Cervantes e Josep Pla (se não sabem que é este último, shame on you e toca de ir investigar).
Como o mesmo tem origem na minha Catalunha (quem me conhece sabe do que estou a falar), ofereço-vos uma rosa e um livro, que é assim que os catalães celebram este que é um dos mais importantes dias dessa região/nação (riscar o que não interessa):
Desculpem lá qualquer coisinha, mas tenho andado com uns projectos entre mãos que não me deixam muito tempo para o blog. Mas ele lá vai andando, aguentando-se com uma pequena dose diária.
Hei-de voltar!
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