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Por vezes, ponho por aqui uns posts sobre o que andei a escrever por estas bandas há um mês.

 

Pois hoje dou-vos uma antevisão do que poderão encontrar por aqui durante o próximo mês. 

 

(Claro que as previsões do futuro são sempre mais falíveis do que as pós-visões do passado, mas, enfim, aqui ficam...)

 

Ora, tenho aqui uns quantos posts em gestação, sobre Mário de Carvalho, sobre uma viagem a Andorra, sobre a minha paixão absurda pela Catalunha, sobre um livro que me ofereceram em Barcelona, sobre mais livros da minha vida e ainda sobre outras coisas, mas enquanto não sai nada, continuo a sessão de strip tease literário, com uma segunda foto muito íntima, de mais um pedaço das minhas estantes.

 

 

Como vêem, a coisa é um pouco caótica. Não é que não tenha tentado organizar tudo por autores, ou línguas, ou temas — mas pouco tempo depois, já há muita coisa fora do sítio, livros que vão em fuga para outros lugares, novos livros que chegam e vão para as estantes vazias, mudanças de casa em que a organização se mantém nalgumas zonas, mas perde-se noutras — enfim, as estantes são uma espécie de sedimentos geológicos de tentativas de organização passadas, e lá vou vendo também, nessa forma orgânica de desorganizar as minhas estantes, o meu percurso de leituras e quase leituras e livros por ler.

 

Nesta segunda foto, o que temos? Temos muita Espanha, pelos vistos... Ali o Cervantes (comprado num El Corte Inglés há muitos muitos anos, em Badajoz, se não estou em erro, para não acharem que é tudo caramelos do outro lado da fronteira), com Vásquez Montalbán a encimar a coisa, com a grande escritora catalã Mercé Rodoreda ali no meio, com o seu espelho partido, ou seja, em catalão, Mirall Trencat.

 

A minha biblioteca rebela-se um pouco e põe ali um Camões de Oliveira Martins só para nacionalizar um pouco a coisa, para além de colocar, na base de tudo, um livro de gestão urbana aqui da urbe.

 

Os outros livros que por aqui estão, hei-de chegar a eles. 

 

Vamos em frente, que há muito para escrever por este blog.

publicado às 20:33

 

 

O Sapo pergunta...

A resposta é livros, claro.

Já aqui falei da forma como os livros nos transportam bem atrás no tempo, para quando os lemos pela primeira vez, ou quando os comprámos, folheámos, etc. Pois este livro transporta-me para uns bons 30 anos atrás...


Esta é uma edição d’Os Lusíadas que a minha mãe tem em casa desde de que nasci. Uma edição do Círculo de Leitores, de 1972, com introdução de Hernâni Cidade. 

Esta é a minha edição d’Os Lusíadas. Cresci com ela. Folheei o livro, tentei ler (cedo de mais), e cedo me deu a vontade de escrever armado em Luís Vaz. Aqui está a prova do crime:

 



Isto quando tinha uns 4 ou 5 anos. Tenho memórias muito antigas, de estar a escrevinhar no livro, com os móveis da casa dos meus pais dessa altura à minha volta, talvez de língua entre os lábios, embrenhado nesta minha obra.

Anos depois, comecei a procurar o famoso Canto IX. As figuras eram lindas:

 

 

Já agora, fiquem com estes dois pormenores. O texto da Inquisição...

 

 

... e as duas primeiras estrofes, que aparecem limpas, sem a parvoíce de algumas edições escolares, que colocam em itálico as palavras que contêm aquilo que as normas actuais considerariam erros.

 

Enfim, lembro-me também de perguntar à minha mãe o que era aquele livro e de ela me explicar que era um grande poema que contava os feitos dos Portugueses nos descobrimentos e, pelo meio, a história do país desde a fundação... 

Sobre isso, haveria de ouvir falar muito, claro, mas o encanto desta edição nunca desapareceu, mesmo nas alturas mais escuras de esquemas e planos da viagem e da história e não sei que mais. Para mim, era uma história, acima de tudo, de aventuras (obviamente), de barcos que se faziam à água à procura de mostrengos que estão no fim do mar (sim, eu sei, isso já são outras mensagens).

publicado às 13:40

Não sei se os livros nos fazem melhores pessoas, mas pelo menos permitem-nos viver mais e mais intensamente.

Ou melhor, desnuda as suas estantes — como vimos antes, vai quase dar ao mesmo.

 

Antes de ir de fim-de-semana, andei a fotografar as minhas estantes um pouco aleatoriamente. 

 

Porquê?

 

Porque queria material para escrever no blog durante o fim-de-semana.

 

Ora, já devia ter percebido que se os dias úteis são complicados, os dias inúteis ainda são mais e pouco tempo tive para estas brincadeiras.

 

Pois, aqui vai a primeira fotografia que tirei:

 

Encarem isto como antevisão do que há-de vir por aí, neste blog. Mas encarem também como aviso: a minha biblioteca é caótica e há encontros imediatos do terceiro grau entre livros que nunca se tinham visto mais gordos.

 

Esta foto é da parte de cima duma das Billy ikeanas, onde pusémos livros que não cabiam nas estantes por baixo.

 

Olhem só para este encontro: a Bíblia (a versão "King James"), um livro de poesia de Pedro Támen, poemas em inglês seleccionados por Harold Bloom, o livro de Steven Pinker que mostra como a violência tem diminuído no mundo e a humanidade anda a melhorar, sem ninguém perceber, tudo encostadinho ali ao Harry Potter, que por sua vez se encosta às obras completas do senhor Shakespeare (que nunca pensou vir a ter tais companhias).

 

E é isto.

 

De tudo, o que apetecia agora escrever era um texto sobre uma coisa que o Harold Bloom disse uma vez sobre os amigos. Lá chegaremos.

publicado às 09:20

Chegamos às nossas conclusões e depois martelamos o mundo até ele caber na nossa cabeça. Pelo caminho, somos cruéis juízes disfarçados de amigos.

publicado às 02:15


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