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Pensem no país de há 50 anos. Estávamos em 1964, dez anos antes do 25 de Abril. Pensem no país dessa altura. Um país em plena guerra, um país que ainda não tinha tombado para as cidades, um país que estava a começar a aquecer em termos económicos mas que, em comparação com o Portugal de hoje em dia, era um país do terceiro mundo. Escolham 100 jovens de 20 anos aleatoriamente nesse país rural de 1964. 

 

Agora imaginem o país há 100 anos. Estávamos em 1914. A república tinha sido implantada havia quatro anos. Ainda não tínhamos passado por toda a Primeira República, pelo Estado Novo... Estávamos a entrar na Primeira Guerra Mundial. O país de então é praticamente inimaginável para um português de hoje. Escolham, também aleatoriamente, 100 jovens de 20 anos desse país ruralíssimo ede 1914.

 

Agora imaginem o país de hoje, no meio da crise e de tudo o que sabemos. Mas imaginem mesmo. E escolham 100 jovens aleatoriamente.

 

Destes três grupos aleatórios (insisto no aleatório e insisto que estamos a falar do país por inteiro, não as suas cidades ribeirinhas), qual lerá mais livros?

a) Os 100 jovens de 1914?

b) Os 100 jovens de 1964?

c) Os 100 jovens de 2014?

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publicado às 12:11


1 comentário

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De rmg a 31.05.2014 às 14:44


Tendo a pergunta muito anacronismo dentro dela , é natural que ninguém venha aqui mandar palpites , não menos anacrónicos seriam .

Como "alfacinha" de há 3 gerações que sou mas que trabalhou e viveu em 5 distritos diferentes nos últimos 40 anos (e agora passa metade do mês na capital e a outra metade no interior norte) não tenho dúvidas que se liam mais livros no país inteiro em 1914 ou até em 1964 , altura em que eu já tinha 18 anos e era o único do grupo de recém-universitários que comprava livros e não jornais desportivos .

Mas o mundo mudou muito , dos meus filhos todos quarentões só um lê e dos meus netos adolescentes só uma lê , ler obriga a um gosto e uma concentração que não se adapta ao constante zapping em que se tornou a vida dos que têm tanta pressa de fazer tudo e que espremido não dá nunca nada .

Assim tenho uns milhares de livros que sei onde vão acabar .
Frequento um alfarrabista de Lisboa que compra "heranças" , por assim dizer , basta-me olhar para os exemplares da última remessa chegada e penso logo "Lá morreu outro/a da minha idade e os herdeiros desfizeram-se dos livros a peso!".

É que já nem as instituições ou os lares os querem : dos mais novos aos mais velhos está tudo a lutar por um lugar no próximo computador a ficar livre ...

Como creio saber que tem um filho pequeno , prepare-se para ter sorte ou para ter que lutar por ela .

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