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Bem, a resolução de início de ano de manter um blog com pés e cabeça está-se a aguentar ao fim dum mês. Já não se perde tudo. Isto tem sido um carrossel, mas tem tem sido divertido e, estranhamente, útil (hei-de explicar como...).

 

Estes foram os cinco posts mais lidos este mês:

  1. ¶ Para começar o ano, vamos voltar 30 anos atrás - 305
  2. ¶ Quando a Amazon me enviou um livro que não encomendei... - 278
  3. ¶ O melhor livro de 2013 é uma Galdéria - 254
  4. ¶ Quem não tem Fnac, caça com Continente - 214
  5. ¶ A morte e o sexo [só para maiores de 18!] - 137

Obrigado a todos os bravos que por aqui têm caído. Espero que não se assustem muito e, de vez em quando, venham cá dar uma volta. Os nossos livros aqui estarão à vossa espera.

 

Pedro Mexia é um dos clássicos da nossa blogoesfera. Aliás, já nem anda por cá, e a sua saída marcará, provavelmente, quando se fizer a história desta esfera, o fim da primeira fase, talvez a mais interessante (digo eu, que não percebo nada disto, e espero estar errado, porque estas coisas dos blogs têm tudo para ser algo muito mais permanente).  [*]

 

Ora, há uns tempos comprei este livrinho, que são blogs solidificados, se quisermos. 

 

 

O estilo é inconfundível e inimitável. O género é esse mesmo: o género blogueiro. O facto de os blogs terem começado a cair no papel é uma prova, quanto a mim, que o papel está cá para durar. Afinal, se um género online por excelência, à primeira oportunidade, se exporta para o papel, é porque o papel tem qualquer coisa e não é só peso.

 

É um livro em que podemos beber um gole, voltar mais tarde, folhear, começar do início e saltar para o fim — enfim, como um blog.

 

Pois bem, há uns tempos, andava a ler este livro, em que se fala de Fnac e centros comerciais e outras coisas dessas, e vou dar uma volta à Fnac, picado por todas essas referências.

 

Estou a folhear livros, a passar os dedos pelas capas, quando olho para o lado e vejo o autor do dito. 

 

Fico afogueado. Tento fingir que não é nada. Ele provavelmente está habituado a isto — eu é que não.

 

Mas um blog que se transforma em livro e depois nos salta para o lado, mesmo ali na Fnac, é coisa esquisita. Porque, afinal, a personagem do blog escrito por Pedro Mexia é um tal de "Pedro Mexia" que vai à Fnac de vez em quando. Ali tinha eu o "Pedro Mexia" e o Pedro Mexia.

 

Pobre cabeça de leitor de livros de blogs e blogs de livros.

 

[*] Adenda às 17:18

Ai, que eu devia saber isto: http://omalparado.blogspot.pt/

Obrigado, Anónimo...

Na sexta seguidista de hoje, amigos, proponho-vos o Diário do Purgatório. Depois não digam que não vos avisei.

Ora, um dos livros que gostava de vos aconselhar é The Fabric of Reality, de David Deutsch. (O artigo da Wikipédia inglesa é bastante bom.)

 

 

Convém estarem preparados para uma jornada muito diferente do que é habitual. O livro não se fica por explicações académicas ou escolares, mas tenta juntar vários fios do conhecimento científico dos últimos séculos (principalmente, do último século) para apresentar uma hipótese (ainda vaga) de teoria do Tudo.

 

Estes fios são quatro: a física quântica (don't be afraid, my friends!), a teoria do conhecimento (com base, principalmente, em Popper), a teoria da computação e a teoria da evolução. 

 

Isto pode parecer tudo muito abstracto, mas garanto-vos que, se lerem o livro com algum espírito de aventura (intelectual), irão ter a vossa visão do mundo transformada de forma bastante radical. Fala-se de: o que é o real; o que é resolver problemas; qual é o significado da vida; como saber o que é real; etc., etc., etc. E nada de espiritualidades bacocas ou palavras bonitas sem qualquer significado real. Estamos a falar dum físico, não dum astrólogo...

 

O livro ajuda-nos ainda a perceber o que é uma boa explicação, o que ajuda muito, por vezes, a distinguir disparates de explicações mais acertadas do mundo. Vou tentar resumir, porque julgo ser algum muito útil para todos: uma má explicação é uma explicação que implica necessariamente uma outra explicação do mesmo fenómeno que, por si só, bastaria para explicar o mesmo. Ou seja, se a explicação A implica uma explicação B, mas B seria o suficiente para explicar o que quer que seja que estamos a tentar explicar, A é uma má explicação e B será uma melhor explicação do mesmo fenómeno.

 

Sim, imagino que neste momento a coisa não faça sentido nenhum.

 

Mas o exemplo dado pelo autor é bom: todos sabemos que há uma altura na vida de adolescente em que temos as chamadas crises existenciais. Pelo menos, aqueles de nós mais dados a esses disparates. Ora, uma das manifestações dessas crises é o chamado solipsismo. A certa altura, ficamos na dúvida se o universo existe ou se não será apenas invenção da nossa mente e a nossa é a única coisa realmente... real. 

 

Sim, eu sei, da altura dos nossos 25 ou 30 ou 40 ou 50 anos, isto parece um disparate pegado. Mas há teorias filosóficas inteiras fundadas nesta ideia de que é possível o universo ser uma ilusão...

 

Pois bem, segundo Deutsch, a explicação A (o universo é uma ilusão na nossa mente) implica necessariamente uma explicação B ([A] o universo é uma ilusão na nossa mente que dá a sensação que se comporta como se [B] fosse real, com regras que podemos apreender, com outros seres conscientes e autónomos, etc. e tal). A explicação [B] é melhor: o universo é real, com regras que podemos apreender, com outros seres conscientes e autónomos, etc. e tal. Não precisamos da explicação [A] para nada.

 

Isto assim não parece coisa importante, ou parece, aliás, demasiado esotérico para ter interesse.

 

Mas tem, ó se tem!...

 

Outra coisa muito curiosa que ele nos diz é que as explicações do mundo têm vindo, progressivamente, a ganhar simplicidade e profundidade. Os quatro elementos ou fios de explicação que ele nos apresenta são muito mais simples do que elaboradas teorias mais antigas, que explicavam muito menos. É, assim, possível saber muito mais e ter conhecimento muito mais profundo em muito menos tempo. 

 

É fácil compreender isto. Afinal, um miúdo do 8.º ano das nossas escolas sabe muito mais do que muitos cientistas do século XVII...

 

Bem, tenho a impressão que não fui muito convincente nesta minha tentativa de vos levar a ler o livro. É pena. Mas a perda é vossa, garanto-vos.

 

E, não se esqueçam, ele nem sequer é filósofo. É um físico. E escreve extraordinariamente bem.

publicado às 13:50

... e foi repescar-me um post muito antigo (em termos de blogaria, porque tem só dois meses) para fazer um destaque. 

 

Foi ontem à noite, já quase à meia-noite, porque o título do post não é lá muito próprio para crianças.

 

Muito obrigado! 

 

{#emotions_dlg.smile}

publicado às 12:00

Há um género jornalístico muito específico — e muito cretino. É a famosa entrevista ora-vamos-lá-ver-quão-estúpida-é-esta-gente. Normalmente, as “vítimas” são jovens, de preferência universitários, para que a geração que agora está no poleiro profissional possa ficar descansada: os que vêm a seguir são bem parvos.

Ora, a coisa é simples: é sempre possível encontrar pessoas que não sabem alguma coisa. Aliás, todos nós não sabemos coisas que os outros acham essenciais. Fazendo um número suficiente de perguntas, encontramos sempre ignorância. Depois, é uma questão de montar bem a coisa, mostrar só os piores momentos — e o resto é apenas aquela mania que temos de ligar apenas ao que confirma o que pensamos. Se a ideia geral é que os jovens são estúpidos, então chega mostrar um ou dois exemplos a favor do nosso preconceito.

Já fazer investigações a sério, isso dá muito trabalho. A questão certa será: as várias gerações têm melhorado os seus conhecimentos no âmbito da literacia e numeracia, ou estamos pior do que estávamos? Ficariam admirados com a resposta…

¶ Levei...

30.01.14

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publicado às 20:48

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